O início...


Fevereiro de 2008, vida nova... Nome na lista do CEFET-BA, depois do sufoco do vestibular, enfim na famosa Escola Pública de Qualidade. Um mundo novo nos foi mostrado, para alguns além da novidade da escola, existia também a novidade do ensino médio. Conhecer pessoas novas, um ambiente novo, até então, para a maioria dos 160 alunos que inauguravam a modalidade integrada dos cursos de Eletrotécnica e Tecnologia da Informação, tudo parecia um sonho!
Para outras as marcas da desorganização já se mostravam, alunos que deveriam cursar a modalidade subseqüente, são surpreendidos pela mudança nos turnos e após negociações findam na proposta de repetir o ensino médio, só que agora integrado com o técnico. Para estes a ansiedade estava amenas!

Depoimentos de alunos:

“Nem eu sei dizer por que optei por fazer o CEFET, queria uma escola de qualidade, melhor do que qualquer escola particular, aí meu professor de matemática da 8ª série me perguntou se eu não tinha interesse em prestar o vestibular, aceitei o desafio... Nunca tinha realizado nenhum vestibular, conhecia o CEFET somente por nome. A escolha do curso? Sabia que não levaria jeito para computadores, assim, mesmo sem saber direito do que se tratava, escolhi eletrotécnica. E nessa decisão levei junto algumas amigas que também fizeram a prova.” (Aluna concluinte em 2010)

“Fiz porque meus pais me obrigaram! Por mim estaria em qualquer outra escola”  (Aluno jubilado em 2009)

Logo na primeira semana já sentimos a pressão, a surpresa do número de matérias que enfrentaríamos, e ouvimos coisas do tipo:
 “O difícil não é entrar no CEFET, o difícil é sair, concluir.” (Professor Eliano de Física)
Em outras palavras ele disse: “Ser aprovado no vestibular não é nada, quero vê vocês agüentarem esses três anos e concluírem!”
Não demorou mais que um mês as cobranças aumentavam, é inegável que o ensino é superior aos das outras instituições de ensino, esse era o problema.
“Vim de uma escola pública, e muitos assuntos que os professores diziam que era assunto do ensino fundamental, nunca tinha visto nem falar!”
Aos poucos fomos vendo que a realidade era muito mais dura, principalmente quando as primeiras notas vieram. Eita média 6 difícil de alcançar!
Provas e mais provas, seminários atrás de seminários, aulas extras, monitorias e rapidamente passamos a viver mais na escola que em casa. Café da manhã, almoço e ao chegar em casa, jantar na frente do computador.
Após o primeiro semestre, alguns desistentes declarados, outros ainda não, mas que quase nunca apareciam.
Por falar em ausência, ainda faltavam professores de algumas matérias, como História, Ed. Física e de SMAS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde). Até que surgem, nos 45 do segundo tempo, os professores Igor (História), Rafael (SMAS) e Elaine (Ed. Física). O desafio principalmente de Igor e Elaine era concluir o que teria de ser realizado em quatro unidades em duas. A corrida foi grande, mas, acredito que vencemos!


As surpresas não acabaram. No final do ano entre lágrimas, as temíveis RECPAR e outros inúmeros momentos desesperadores, o fantasma da recuperação final assombrava a todos. Pior do que qualquer recuperação deve ser ir para o conselho de classe final! É como está no banco dos réus, esperando a sentença!
A tristeza maior foi o anúncio de que de 40 alunos, entre os que desistiram, os que foram para o conselho  e os que nem a isso tiveram direito, haviam sido reprovados 30 alunos. Sim... APENAS 10 ALUNOS, da turma eletrotécnica - 88111, haviam sido aprovados. Após tamanho sofrimento, mesmo os aprovados sofrem com a reprovação de amigos que “ficaram para trás”.

Por: Mariana Ribeiro

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